A revista ‘Orpheu’ e o Brasil

Orpheu, a primeira e mais relevante revista do modernismo português, pretendia ser uma publicação luso-brasileira: fora projetada no Brasil, tinha um codiretor brasileiro e devia ser vendida também no Brasil. Todavia, cada um dos seus dois números só teve um colaborador brasileiro (no terceiro que, impresso, não chegou a circular, não havia nenhum); e os dois colaboradores não se distinguiam por grande pujança modernista. Orpheu não pôde assim dar grande contributo para o “estreitamento das inteligências” portuguesas e brasileiras reclamada por Fernando Pessoa; mas não deixou nem deixa de ter grande relevância simbólica o facto de no Brasil ter sido lançada a sua “primeira semente” e de serem brasileiros os seus dois colaboradores estrangeiros.