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A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES: Desvelando a ideologia das competências e da empregabilidade.
Author(s) -
Kaline Silva Azevedo Costa
Publication year - 2017
Publication title -
revista ceuma perspectivas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2525-5576
pISSN - 1415-3068
DOI - 10.24863/rccp.v29i1.67
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
A recém-criada Base Nacional Comum Curricular objetivou estabelecer um plano educativo para dirigir os currículos das escolas públicas e particulares de educação infantil, fundamental e médio, com vistas a enfatizar competências e habilidades. Aliás, um plano educativo que se arrastava no Congresso nacional há 20 anos.Um exame nacional e um programa de origem oficial, dirigidos a Estados e municípios, são ideias antigas, a exemplo do que foi posto em prática no Estado Novo de Getúlio Vargas pelo então ministro de Educação e Cultura, Gustavo Capanema. O ENEM, o Enade e outros certames investigativos são tentativas que o MEC põe em execução para aferir a qualidade do ensino e da aprendizagem. Revelam-se exames que imitam o SAT (Standard Admission Test) americano, o Baecalauréat, francês etc.Com esse pano de fundo cultural a Professora Maria Cardoso partiu para redigir um trabalho de fôlego sobre as propostas de reforma do ensino médio.Em 276 páginas, um Prefácio, uma Apresentação, uma Introdução, 5 capítulos, uma seção de Considerações Finais e um Anexo de Referências, reforçados por tabelas e quadros, a autora disserta sobre a reforma, pontuando as necessidades do Capitalismo atual que busca atender, em sua opinião, ás demandas dos Pós-Fordismo e do progresso tecnológico.Com base em Marx, Althusser, Bourdien, Gramsci e urna plêiade de pensadores e pesquisadores da Educação, a autora discute as novas ideias para a formação de um novo trabalho com competências de caráter geral. Insurge-se ela contra a centralidade da educação “como o bem-capital fundamental do atual padrão de desenvolvimento e econômico”.Situa as várias reformas como “originadas das diretrizes dos organismos internacionais”, sob a nova ordem da Globalização. Põe em cena a atuação do Banco Mundial e seus técnicos, os quais, segundo a expositora, impõem diretrizes educativas às nações em desenvolvimento, incluindo-se o Brasil, haja vista, por exemplo, o documento (2003) Estratégia de Assistência ao país (EAP) para o Brasil (2004-2007).No capítulo 3 – A Reforma do Ensino Médio – a pesquisadora analisa, com profundidade e acurácia epistemológica, as várias normas, diretrizes, pareceres etc., principalmente sob o governo de Fernando Henrique Cardoso (LDB - Lei nº 9.394/96), examinando as contradições, incongruências, incertezas político-educativas etc., das reformas postas em cena.Cidadania plena, a questão do trabalho, o ensino profissionalizante, as articulações ensino médio – universidade, o baixo rendimento da escola pública, valorização dos conteúdos curriculares da educação básica e outros pontos mais são exaustivamente considerados pela pesquisadora. Outrossim, as conclusões são pouco otimistas.A leitura do alentado trabalho dissertativo da professora Maria Cardoso se impõe, não só pela honestidade dos propósitos científicos, quanto também por ser genuíno patriotismo educativo.

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