z-logo
open-access-imgOpen Access
A alteridade indígena no poema épico de Anchieta
Author(s) -
João Bortolanza
Publication year - 2003
Publication title -
classica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-6436
pISSN - 0103-4316
DOI - 10.24277/classica.v15i15/16.284
Subject(s) - humanities , poetry , art , history , ancient history , literature
No poema épico De Gestis Mendi de Saa, o Padre José de Anchieta considera os habitantes nativos do Brasil, as Brasilles gentes, como barbara gens, além de superba, crudelis, effrenis, atrox, indómita, dira e inhumana, entre outros muitos qualificativos, como justificativa para a ação catequética dos Jesuítas e para a dominação colonizadora do Governador Geral Mem de Sá. No espírito das Cruzadas, a Contra-Reforma opõe dois campos: de um lado, os católicos e civilizados europeus; de outro, os pagãos e rudes brasilíndios. Já na proposição, o poeta deixa claro seu intento: (Rex Christe), tua maxima facta / aggrediar versu memorare, ingentibus ausis: magna quíbus nuper tua mittere lumina virtus/inter barberiem coepit Brasillibus oris (v. 111-114) Herói divino, Cristo Rei, age através do herói humano - magnanimum heroem Mendum (v. 164) - cujos grandes feitos consistem em eruere e Stygio Brasilles cárcere mentes (v. 177). Os costumes exóticos dos indígenas, suas festas e danças, seus sacerdotes, crenças e ritos, seu modus vivendi, seu próprio habitat passam a formar um cenário, não apenas “bárbaro”, mas “diabólico e infernal”. Será essa demonização do índio e de seus costumes o cenário dessa primeira grande epopéia das Américas (1563), com 3135 versos vazados em Latim Clássico pelo grande Humanista Anchieta.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here