Natureza, tempo, espaço: diálogos gráfico-artísticos | Nature, time, space: Graphical-Artistic dialogues

Partindo do interesse comum por métodos sustentáveis aplicados à arte impressa e da intensa relação com a terra e com o meio ambiente, as duas autoras deste texto tecem uma conversa epistolar. O discurso acerca dos materiais utilizados para a gravura artística (incluindo água, sal, sol, plantas) é um dos pontos centrais, que percorre as suas origens e mesmo as suas necessidades históricas e ideológicas. Daqui, o salto é curto para chegar a interrogar o tema mesmo da gravura, para o qual o espaço e o tempo contribuem. O trabalho gráfico, como uma obra aberta, acaba sendo um processo de vir a ser, experiência, ação. E nessa ação espaço-temporal, na qual o artista prepara, coleciona, acolhe, imprime, deixa rastros e impressões, convergem as categorias conceituais da efemeridade, indeterminação, acaso e interpretação da natureza. Segue-se uma pesquisa sobre a ligação entre arte e ciência e a experiência da construção poética na gráfica contemporânea. A gravura compreendida como espaço de encontro, como uma região de fronteira que reúne distintos lugares do conhecimento, passando por experiências técnicas como ecoprint ou placas solares, sobretudo no que se refere à experiência humana de conhecer e compartilhar, como a do Encontro Internacional Pure Print Porto Alegre, da qual partiu o estímulo para a presente conversa.