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Os pronomes clíticos nos testemunhos da "Crónica do Xarife Mulei Mahamet e del-Rey D. Sebastião" – Um estudo comparativo
Author(s) -
Elena Lombardo
Publication year - 2019
Publication title -
laborhistórico
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2359-6910
DOI - 10.24206/lh.v5i1.24279
Subject(s) - humanities , art
Neste artigo apresento os resultados de um estudo comparativo da colocação dos pronomes clíticos presentes nos testemunhos de uma crónica quinhentista sobre D. Sebastião – a Crónica do Xarife MuleiMahamet e del-Rey D. Sebastião – com vista a compreender melhor as vicissitudes da sua transmissão manuscrita. Conhecem-se atualmente três testemunhos deste texto. O Mss. 2422 da Biblioteca Nacional de Espanha e o COD. 13282 da Biblioteca Nacional de Portugal, ambos catalogados como sendo do século XVII e similares em termos de organização estrutural, diferem profundamente do CIII/1-14 da Biblioteca Pública de Évora, datado do século XVIII. O testemunho eborense afasta-se deles a tal ponto que se torna possível afirmar que se trata de versões diferentes de um mesmo texto. A pergunta que se coloca, portanto, é se seria a versão reportada pelos testemunhos madrileno e lisboeta (o Sumario) a versão inicial e a Historia (versão do testemunho eborense) uma reescrita e desenvolvimento dela por um cronista/copista posterior, ou se se trataria justamente do contrário – o texto transmitido pelo manuscrito eborense sendo a primeira versão e o Sumario um resumo desta. Para fazer luz sobre esta questão, analisei dois fenómenos relativos à colocação pronominal cuja evolução histórica, de acordo com autores como Martins (1994, 2008 e 2016, entre outros), Magro (2007), Galves, Britto e Paixão de Sousa (2005) e Namiuti (2008), apresenta um ponto de inflexão nos séculos XVI-XVIII – a variação entre ênclise e próclise e a realização de interpolação de constituintes entre o clítico e o verbo. Apesar de não ter fornecido resultados totalmente inquestionáveis a favor de uma ou outra hipótese, as análises demonstraram que alguns trechos da Historia inexistentes nos demais testemunhos apresentam traços linguísticos mais próximos do português quinhentista. Assim sendo, parece provável que a versão reportada neste testemunho não tenha sido redigida no século XVIII.

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