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Sobre o que pode ou não pode um ponto de vista prático em filosofia
Author(s) -
Waldomiro J. Silva Filho,
José Crisóstomo de Souza
Publication year - 2018
Publication title -
cognitio
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-5278
pISSN - 1518-7187
DOI - 10.23925/2316-5278.2017v18i2p273-312
Subject(s) - humanities , philosophy
O texto compõe-se de duas partes em confronto. Na primeira, mais breve, Waldomiro, partindo de uma posição cético-analítica, levanta um conjunto de críticas e indagações à posição prático-poiética, de Crisóstomo, que, na segunda parte procura responder a cada uma delas. A primeira posição, internalista, toma como central a noção de reflexão; a segunda, externalista, tem como central a noção de prática (sensível). Para a primeira, a filosofia deve lidar apenas com problemas isolados, que atrapalhem o fluxo da vida prática. Para a segunda, também do ponto de vista da vida prática, a filosofia pode legitimamente ocupar-se da compreensão geral das coisas, orientadora, sem ser com isso dogmática nem transcendental. Na construção de seu ponto de vista, Crisóstomo parte de sua noção de intencionalidade sensível e de nosso suposto emaranhamento prático-sensível, criativo, com o mundo e as coisas. Um ponto de vista, então, que se pretende prático, não ascético, favorável à criação, que se constrói e se afirma por confronto com o empirismo, enquanto passivo, abstrato, mentalista, dogmático, e também com o linguicentrismo, enquanto idealista, relativista, “agnóstico”. Waldomiro vê com simpatia tal posição mas questiona como possivelmente demasiado ambiciosas (logo, dogmáticas, transcendentais) sua abrangência, sua forma de justificação dialética (que envolveria circularidade), sua aparente redução de conhecimento humano a know-how, e eventuais inconsistências de um contraditório naturalismo criativo. Para Crisóstomo, por outro lado, é o ponto de vista de Waldomiro que arrisca envolver subjetivismo, artificialismo e inconsistência - na sustentação de nossas crenças.