
Investigando ideologias linguísticas sobre o “falante nativo” em um livro didático local de inglês uma análise de base documental
Author(s) -
Mariana Monteiro
Publication year - 2021
Publication title -
intercâmbio
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1806-275X
pISSN - 1413-4055
DOI - 10.23925/2237.759x.2021v49.54142
Subject(s) - philosophy , humanities
Na contemporaneidade, as misturas linguístico-identitárias tornam-se cada vez mais latentes, dificultando a delimitação de uma língua a uma determinada comunidade. Dessa forma, faz-se necessário pensar em uma linguística das práticas e dos contatos em oposição a uma linguística das comunidades (MOITA LOPES, 2013). Entendendo essas necessidades, o grupo de pesquisa do qual fiz parte na escola federal onde atuei como professora substitua de inglês por dois anos, desenvolveu um projeto de ensino de língua inglesa pensando seu lugar na contemporaneidade. O presente estudo, qualitativo interpretativista e de base documental, parte integrante desse projeto, focaliza a análise das quatro primeiras seções de leitura do livro didático It fits 8, destinado ao 8º ano do Ensino Fundamental II. O principal objetivo é observar de que maneira o material parece “refletir” e “refratar” (Vólochinov, 1929 [2017]) a figura do dito falante nativo e como, consequentemente, posiciona o aluno que o utiliza em relação à língua inglesa. Fez-se necessária essa análise para que possíveis adaptações do material pudessem ser propostas ou até mesmo para que pudéssemos pensar sobre a viabilidade de produzirmos o nosso próprio material didático. A fim de alcançar os objetivos propostos, me debruço sobre os seguintes pressupostos teórico-metodológicos: ideologias linguísticas sobre a língua inglesa e sobre o falante nativo, livros didáticos (locais) para o ensino de inglês, e PNLD. A análise, embasada por alguns dos macrocritérios para a análise de livros didáticos (TILIO, 2016), aponta para a potencialização da episteme do falante nativo de inglês como o objetivo a ser alcançado pelos aprendizes brasileiros, o que acabou indicando a necessidade da produção de um material próprio que desconstruísse o ideal do falante nativo e incentivasse os usos criativos da língua.