z-logo
open-access-imgOpen Access
Dispositivos alteritários na religiosidade transcultural e nos aspectos ecocríticos de São Marcos, de Guimarães Rosa
Author(s) -
Jorge Alves Santana
Publication year - 2019
Publication title -
fronteiraz
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1983-4373
DOI - 10.23925/1983-4373.2019i22p90-113
Subject(s) - art , humanities
O narrador-protagonista do conto São marcos, de Guimarães Rosa, conta-nos, em viés de mise en abyme cautelar, que sua cozinheira Sá Nhá Rita Preta o alertava sobre seu recorrente comportamento preconceituoso e agressivo em relação às tradições de religiosidade/misticismo da região do Calango-Frito. Tradições essas produzidas pela transversalidade entre culturas indígenas, africanas e europeias.  Segundo ele, a cozinheira “não cansava de me dizer: — Se o senhor não aceita, é rei no seu; mas, abusar, não deve-de!” (ROSA, 2001, p. 218). Neste contexto socioestético, refletiremos sobre as violências socioculturais, e suas consequências para manutenção ou deslocamentos de ações e reações práticas que esse personagem ocasiona a um dos feiticeiros mais famosos deste locus, João Mangolô, nos sertões de Minas-Gerais. Produção político-cultural de identidades tidas como estranhas, mobilidades e reconstrução de universos existenciais heterogêneos e conectados, e transculturalidades imersas em dispositivos ecocríticos transformadores do socius performado são os temas de base de nossa proposta de estudo desta narrativa, que também funciona como uma das matrizes para estruturação e funcionalidade do paradigma estético de Rosa. 

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here