z-logo
open-access-imgOpen Access
Eu (não) sou ninguém: a subjetividade sem nome [I am (no)body: the subjectivity no name]
Author(s) -
Giuseppe Cocco,
Marcio Tascheto
Publication year - 2017
Publication title -
kalagatos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1984-9206
pISSN - 1808-107X
DOI - 10.23845/kgt.v14i2.289
Subject(s) - subjectivity , humanities , philosophy , sociology , epistemology
O trabalho na metrópole contemporânea, ao mesmo tempo, criou novos mecanismos operacionais e produziu novas subjetividades antagônicas.  No Brasil, junho de 2013, foi configurado como a brecha nacional de uma onda global de rebeliões multidões dentro da grande fábrica pós-moderna: a cidade. É dentro das cidades e da subjetividade que os levantes têm vindo a desenvolver-se no capitalismo pós-fordista, o que nos permite dizer que tanto junho como o marco político imposto pelo estelionato eleitoral em 2014 (bem como o impeachment de 2016), precisam serem analisados na perspectiva desse deslocamento de paradigma. A revolta de Junho  incomoda porque não se enquadra em nenhum esquema teórico ou político predefinido e porque é irrepresentável. A frase da manifestante entrevistada no calor dos eventos é sintomática: “escreve lá, eu sou ninguém”. Ela parece resgatar a astúcia de Ulysses, menos pela sua dimensão homérica, como uma certa interpretação agambeniana poderia levar a acreditar, e mais por ser capaz de organizar a disputa dentro da subjetividade. Por isso, mobilizamos Simone Weil e Hannah Arendt e suas críticas ao humanismo e a incapacidade dos países dos direitos humanos de ganhar essa batalha. As sombras de junho são insuportáveis porque afirmaram a potência biopolítica do trabalho metropolitano. As máscaras de junho eram possíveis porque se baseavam na “emergência selvagem da classe sem nome”. O que buscamos neste artigo é esse poder vivo que pode inventar as instituições do comum metropolitano.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here