
“Que fique a dita vila na mesma tranquila posse”
Author(s) -
João Paulo Peixoto Costa
Publication year - 2021
Publication title -
saeculum
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-6725
pISSN - 0104-8929
DOI - 10.22478/ufpb.2317-6725.2021v26n44.57207
Subject(s) - geography , humanities , forestry , art
As câmaras municipais das vilas de índios no Ceará chegaram ao século XIX como instituições financeiramente insustentáveis. Responsáveis por gerir territórios municipais diminutos, uma população paupérrima e ainda sob a vigência da lei setecentista do Diretório dos Índios que limitava suas atividades comerciais, os conselhos eram ocupados por indígenas e outros não-índios frequentemente acusados de incapazes. Ainda assim, diante de tantas adversidades, seus componentes atuavam como podiam para mantê-las de pé, enfrentar eventuais abusos de representantes da justiça metropolitana e expor suas visões de si e de como conduzir seus próprios espaços. Pela análise de um ofício do governador Manuel Ignácio de Sampaio, de 1814, e de 7 anexos, documentos produzidospelas câmaras das vilas de índios de Arronches, Soure e Messejana, o presente artigo pretende confrontar as perspectivas da liderança da capitania e dos membros dos senados indígenas acerca de sua viabilidade política e financeira.