
Corpo materno e resistência em Butterfly burning, de Yvonne Vera
Author(s) -
Maria Elizabeth Peregrino Souto Maior Mendes
Publication year - 2018
Publication title -
revista ártemis
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-5251
pISSN - 1807-8214
DOI - 10.22478/ufpb.1807-8214.2017v24n1.37730
Subject(s) - art , romance , humanities , literature
O presente artigo objetiva analisar a representação da personagem Phephelaphi, do romance Butterfly Burning, da escritora zimbabuense Yvonne Vera (1965-2005), sob a ótica das perspectivas teóricas feministas da maternidade e do corpo feminino. Para tanto, alinho o debate dos feminismos ocidental e fora do ocidente para ampliar as discussões sobre o corpo subalterno (Spivak, 1988) que, no caso específico da obra em questão, entra em um embate direto com o patriarcado e o sistema gendrado excludente do Zimbabue. Nosso principal argumento é o de que, ao representar suas personagens femininas como mulheres que se negam ao apagamento e às expectativas culturais imposta pelo meio que as circunda, Yvonne Vera problematiza a percepção monolítica da maternidade como único destino desejado pelas mulheres no contexto africano; Assim, ao construir personagens cuja visão, contrária à norma social de abnegação e felicidade plenas, Vera representa uma tentativa de dar voz e agenciamento a essas mulheres.