z-logo
open-access-imgOpen Access
O cômico e o fantástico em “O Nariz”, de Akutagawa
Author(s) -
Fábio Dobashi Furuzato
Publication year - 2021
Publication title -
graphos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2763-9355
pISSN - 1516-1536
DOI - 10.22478/ufpb.1516-1536.2021v23n1.57735
Subject(s) - art , humanities
Neste trabalho, analisamos o conto “O nariz”, do escritor japonês Ryûnosuke Akutagawa (1892-1927), buscando examinar o modo como se combinam o cômico e o fantástico na narrativa em questão. Akutagawa é mais conhecido pela autoria de “Rashômon”, conto que serviu de inspiração para o filme homônimo de Akira Kurosawa (1910-1998) – embora a maior parte do enredo deste filme se baseie na narrativa intitulada “Dentro da mata”, também de Akutagawa. Já o conto “O nariz”, adaptado do Konjaku Monogatari, coletânea de contos populares do período Heian (794-1185), também recebeu influência do célebre trabalho homônimo de Nicolai Gógol (1809-1852), conforme observa o crítico coreano Beongcheon Yu (1976). Para David Roas (2014), “O nariz”, de Gógol, é um exemplo de grotesco, pois, neste conto, o humor anularia o efeito fantástico. Isso porque, para o teórico espanhol, o fantástico se constrói a partir de um acontecimento dentro da narrativa que leva o leitor a questionar a sua própria concepção de realidade. Assim, para que se dê o efeito fantástico, é necessária uma boa dose de realismo na narrativa, combinada evidentemente com algo sobrenatural. Mas, diante dos acontecimentos completamente absurdos relatados na história de Gógol, a inquietação característica do fantástico perderia sua força, dando lugar ao humor. Essa combinação entre sobrenatural e humor é considerada, por Roas, como grotesca. Cabe investigar, portanto, se algo semelhante acontece também em “O nariz”, de Akutagawa.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here