Best-sellers e ensino de literatura: mercado editorial, leitores e escola

Este trabalho tem como objetivo problematizar as relações entre os best-sellers da cultura de massa como produto do mercado editorial, os leitores e a escola. Focalizamos, portanto, as conjecturas e a recepção que essa literatura alcança em espaço escolar quanto ao ensino de literatura, bem como as conotações de que se reveste o termo best-seller por ser oriundo do mercado editorial, considerando as perspectivas do consumo, dos leitores e da escola. Para tanto, foram basilares os estudos de Petit (2009), Sodré (1988), Candido (1998), Cosson (2014), Reimão (1996), Calvino (1993), entre outros. Em linhas gerais, os autores discutem a literatura enquanto prática de liberdade, de acesso aos diferentes níveis e modalidades da cultura, bem como o conceito de cânone e implicações com os best-sellers, considerando as escolhas dos leitores para além do que a escola indica como leitura. Nesse sentido, o mercado editorial influencia fortemente o consumo de muitas obras, dentre as quais um maior destaque é dado aos best-sellers da cultura de massa, cada vez mais presentes no repertório de leituras do jovem leitor. Dessa forma, partir do conhecido para o desconhecido pelo aluno pode ser um importante ponto de partida do ensino de literatura na escola. Assim, vislumbramos o reconhecimento dos leitores e suas preferências, bem como a necessidade de um olhar para a arte literária a partir das perspectivas política e democrática quando a questão é leitura literária na escola.