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A mise-en-scène do documentário: Eduardo Coutinho e João Salles
Author(s) -
Fernão Pessoa Ramos
Publication year - 2016
Publication title -
rebeca
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2316-9230
DOI - 10.22475/rebeca.v1n1.8
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Neste ensaio abordaremos dois documentários recentes dos diretores brasileiros João Salles (Santiago) e Eduardo Coutinho (Jogo de Cena). Para analisá-los, buscamos desenvolver análise, com inspiração de metodologia fenomenológica, colocando ênfase na relação entre o sujeito que sustenta a câmera na tomada e o mundo que a ele se oferece, abrindo-se pelo seu corpo (sujeito-da-câmera) ao espectador. Denominamos de encenação essa relação entre o mundo (com pessoas agindo e coisas) e o sujeito que encarna a máquina câmera. A mise-en-scène designa o modo pelo qual a encenação é disposta na tomada, levando-se em conta os diversos aspectos materiais que compõe a cena e sua futura disposição narrativa (em planos). Olhando para história do documentário podemos notar duas variantes estruturais na ação das pessoas para o sujeito-da-câmera. Chamamos de encenação-construída, a ação ou expressão, preparada, de modo anterior, pelo sujeito-da-câmera. Chamamos de encenação-direta a ação para a câmera solta no mundo, ocorrendo sem uma flexibilização direta pelo sujeito-da-câmera. No caso de um primeiro plano de encenação direta, a indeterminação da ação é a própria fisionomia, conformando-se em afeto ou afecção. Em Jogo de Cena estão dispostas diversas modalidades de encenação que interagem entre si articulando-se em um corte desconstrutivo. Em Santiago duas modalidades históricas do encenar contrapõe-se, num movimento animado pela má-consciência.

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