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A cidade de nossas avós: a condição da mulher em Porto Alegre-RS
Author(s) -
Ana Luiza Carvalho da Rocha,
Thaís Da Silva Vieira
Publication year - 2004
Publication title -
iluminuras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1984-1191
DOI - 10.22456/1984-1191.9181
Subject(s) - humanities , art , sociology
Quem anda hoje pelas ruas de Porto Alegre pode pensar que nada modificou. Em muitas ruínas escondem-se as memórias dos antigos habitantes da cidade. O enfoque deste trabalho está dirigido ao espaço urbano que as mulheres - mães e esposas - nas décadas de 30/40, habitavam, espaços que dizem respeito sobre a própria condição da mulher em relação à família, à sociedade, à própria cidade. O primeiro ponto a ser tocado é a condição da mulher no Rio Grande do Sul, desde sua formação, através do relatos de cronistas sobre este Estado, mostrando a questão da honra para os gaúcho e sua implicância no modo de vida de seus habitantes. Em seguida, através da narrativa de duas informantes, moradoras de Porto Alegre, busco mostrar esta cidade sobre o prisma de sua trajetória social, gênero e geração.   Antes de apresentar o Rio Grande do Sul e sua história, introduzo aqui uma breve biografia das mulheres2 que constam neste trabalho: a) Dona Heloísa, 94 anos, nasceu, criou-se e casou-se em Santa Bárbara do Sul/RS. Morava numa estância, “pra fora” como ela mesma diz. Estudou em Cruz Ata e Carazinho, onde tinham escolas mais próximas. O pai era estancieiro, mas ascendeu a funcionário público. Ela se casou em 1930, com um telegrafista viúvo, com três filhos, bem mais velho que ela. Ela criou os dois filhos mais velhos do marido e teve mais cinco filhos. Depois de casar, mudou-se para Palmeira das Missões/RS, onde o marido trabalhava. Eles moravam no correio. Depois, eles se mudaram para Iraí/RS, onde viveu 16 anos, Cruz Alta/RS e Porto Alegre/RS, onde vive até hoje na casa de uma filha. b) Dona Augusta, 78 anos, nasceu no bairro Partenon, em Porto Alegre/RS, filha de uma espanhola e um português, dono de restaurante. Com a morte do pai, aos 26 dias de vida, e ela viveu, e vive até hoje, no bairro Floresta. A sua família de criação era de portugueses, donos de armazém. Casou com o marido que pertencia a uma família rica, italianos, donos de lojas de móveis. Do casamento, teve duas filhas. Hoje é separada do marido há dez anos (não legalmente) e vive com a filha mais nova em um apartamento, no mesmo bairro que viveu toda sua vida.

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