
A imagem historiográfica de Hugo de Cluny em leão (séc. XI-XII)
Author(s) -
María Filomena Coelho
Publication year - 2019
Publication title -
anos 90
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.125
H-Index - 1
eISSN - 1983-201X
pISSN - 0104-236X
DOI - 10.22456/1983-201x.88209
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A presença de Cluny na Península Ibérica adquiriu uma importância extraordinária entre os séculos XI e XII, na medida em que sua marca identitária transcendeu aquilo que hoje classificaríamos como domínio religioso, para alcançar o cerne da política. Especialmente no reino de Leão, o cenário cluniacense conta com atores políticos, cujos nomes são amplamente conhecidos e de grande envergadura. Embora em cada reinado a relação com Cluny se caracterize politicamente com nuances específicas, para a historiografia, é durante o governo de Alfonso VI que a presença cluniacense assume conotações políticas mais pronunciadas, por meio, principalmente do abade Hugo de Semur. Para a historiografia em geral existem três momentos emblemáticos que evidenciariam a força política que o abade Hugo alcançou no reinado de Alfonso VI: a) o casamento do monarca com Constança da Borgonha, e das infantas Urraca e Teresa com Raimundo e Henrique da Borgonha; b) o pacto sucessório firmado por Raimundo e Henrique da Borgonha; c) o pagamento do censo a Cluny. Tentaremos, a seguir, apresentar algumas considerações que nos permitam delinear a problemática que do ponto de vista historiográfico configura as bases que sustentam a síntese narrativa sobre esses três momentos, que foram transformados em fatos históricos.