
Carlos Torres Gonçalves e o sexo altruísta: a conversão feminina à Religião da Humanidade em Porto Alegre no começo do século XX
Author(s) -
Paulo Ricardo Pezat
Publication year - 2007
Publication title -
anos 90
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.125
H-Index - 1
eISSN - 1983-201X
pISSN - 0104-236X
DOI - 10.22456/1983-201x.5404
Subject(s) - humanities , philosophy
O engenheiro civil Carlos Torres Gonçalves (1875-1974) foi um dos mais importantes positivistas religiosos do Rio Grande do Sul e do Brasil ao longo do século XX, sendo o principal responsável pela construção da Capela Positivista de Porto Alegre. Na sua trajetória como propagandista da Igreja Positivista do Brasil e como funcionário da Secretaria Estadual das Obras Públicas – onde foi o responsável pela implementação da política fundiária do Rio Grande do Sul por duas décadas –, Torres Gonçalves procurou direcionar sua ação de acordo com os preceitos que Auguste Comte estabeleceu sob a “angélica inspiração” de Clotilde de Vaux. Mas não foi apenas na esfera pública de sua vida que Torres Gonçalves procurou aplicar os preceitos positivistas. Também em sua vida privada ele fez tal tentativa, vivenciando o positivismo de forma visceral. Para isto, foi fundamental a constituição de uma família positivista, o que ele consolidou com as conversões à Religião da Humanidade de seus três “anjos da guarda”, isto é, de sua noiva e depois esposa, Dagmar, de sua filha, Sofia Mariana, e de sua mãe, Virgínia. Algumas cartas trocadas entre os membros da família Torres Gonçalves durante as três primeiras décadas do século XX permitem vislumbrar um pouco desse universo particular.