z-logo
open-access-imgOpen Access
ESPAÇO GEOGRÁFICO, TERRITÓRIO USADO E LUGAR: ENSAIO SOBRE O PENSAMENTO DE MILTON SANTOS
Author(s) -
Thiago Augusto Nogueira de Queiroz
Publication year - 2014
Publication title -
para onde!?
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1982-0003
DOI - 10.22456/1982-0003.61589
Subject(s) - humanities , philosophy
Este artigo originou-se das discussões oriundas da disciplina Geografia Humana, oferecida ao curso de História. O espaço não é o conceito chave em todas as correntes do pensamento geográfico. A corrente da Geografia Tradicional, influenciada pelo positivismo, historicismo e neokantismo, tem o território, a paisagem e a região como principais conceitos. A corrente da Geografia Humanista, com base no existencialismo, foca o conceito de lugar, entendido como espaço vivido. As correntes que colocam o espaço como palavra-chave são a Geografia Quantitativa, com influências do neopositivismo, e a Geografia Crítica, alicerçada no materialismo histórico. Na primeira corrente, o espaço é compreendido de forma ideal, enquanto, na segunda, o espaço é entendido em sua materialidade, com objetivações e subjetivações. A corrente Crítica teve uma importante contribuição do geógrafo brasileiro Milton Santos, influenciado pelo materialismo histórico, pelo estruturalismo e pelo existencialismo. Nessa perspectiva, este artigo tem como objetivo mostrar a contribuição do pensamento e da obra do geógrafo Milton Santos para a Geografia Crítica e para a teoria social crítica, focando os conceitos de espaço geográfico, território usado e lugar, que são as três escalas conceituais para compreender a totalidade socioespacial. Para tal fim, fizemos uma revisão bibliográfica do autor, e sobre o autor, perpassando suas principais obras. Para o autor, “espaço” é uma instância social, assim como a política, a economia e a cultura. O espaço, no atual período histórico, caracteriza-se pela materialização do meio técnico-científico-informacional, expressão geográfica da globalização. Assim, esse conceito deve ser analisado a partir de três escalas da totalidade: o mundo, a formação socioespacial e o cotidiano. A totalidade mundo é o espaço geográfico formado por sistemas de objetos (fixos e configurações espaciais) e sistemas de ações (fluxos e dinâmicas sociais). O espaço geográfico é, portanto, constituído por formas (espaços de produção, de distribuição, de troca, de consumo, de circulação) e por conteúdos (estruturas, processos e funções). A totalidade da formação socioespacial é o território usado, composto pela configuração territorial (as infraestruturas e o meio ecológico) e a dinâmica territorial (uso do território pelos agentes – firmas, instituições e pessoas). É no uso do território pelos diferentes agentes que ocorre a dialética entre o externo e o interno, o novo e o velho, o Estado e o mercado. Por fim, o autor destaca a totalidade do lugar, a dimensão geográfica do cotidiano, onde ocorre a dialética entre circuito superior e circuito inferior, verticalidades e horizontalidades, racionalidades e contrarracionalidades, solidariedade organizacional e solidariedade orgânica. O lugar é, nesse sentido, a força para enfrentar a globalização como fábula e como perversidade, produzida pelas redes; e construir uma globalização como possibilidade.Palavras-chave: espaço geográfico, território usado, lugar, totalidade, Milton Santos.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here