
Da precariedade do acesso à saúde, das políticas públicas ineficazes e das técnicas clandestinas de modificação corporal utilizadas pelas travestis e mulheres trans
Author(s) -
Juliana Mazaro,
Valéria Silva Galdino Cardin
Publication year - 2017
Publication title -
revista da faculdade de direito da universidade federal do rio grande do sul/revista da faculdade de direito da ufrgs
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2595-6884
pISSN - 0104-6594
DOI - 10.22456/0104-6594.73403
Subject(s) - physics , political science , gynecology , medicine
As travestis e os transexuais se submetem a métodos e procedimentos clandestinos de modelagem, automedicação hormonal e inoculação de silicone industrial líquido para adequarem seus corpos ao binarismo imposto pela heteronormatividade, por não reconhecerem o gênero que foi imposto pelo seu sexo biológico ao nascer, alterando assim a sua imagem externa para o gênero que se sentem pertencidos. Esta prática clandestina é realizada pelas “bombadeiras”, que realizam os procedimentos sem o preparo profissional adequado e sem as condições mínimas de higiene. Estas pessoas aceitam e assumem os riscos do uso prolongado e excessivo dos hormônios femininos e da inserção em seu organismo de silicone líquido, em nome de seus objetivos, ou seja, de um corpo feminino. O Brasil tem a maioria de suas políticas públicas de saúde voltadas para os heterossexuais. Para a comunidade LGBT existem apenas alguns programas de controle de DST e da AIDS, e na última década alguns mais específicos, mas insuficientes quanto ao número de serviços e ao número de atendimentos. Para as travestis e mulheres trans só há o Processo Transexualizador do SUS. Por fim, os transgêneros não possuem um acesso digno a saúde pública