MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM CASAS POPULARES: UMA ANÁLISE DE CUSTO

O crescimento desordenado dos centros urbanos associado a um aumento populacional registrado nas últimas décadas, culminou em um problema social no país: o déficit habitacional. Neste contexto, a iniciativa pública tem buscado desde 2009, com o início do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, implantar empreendimentos e conjuntos habitacionais voltados para as classes de menor poder aquisitivo, a fim de reduzir o problema habitacional do país. Entretanto relatos da literatura apontam que devido à precária gestão e fiscalização destes empreendimentos manifestações patológicas têm sido detectadas precocemente nos conjuntos habitacionais de cunho popular. Diante desta problemática o presente estudo possui o objetivo de verificar a ocorrência de manifestações patológicas em residências de interesse social para estimar o custo necessário para saná-las. Para isso, a metodologia utilizada foi um estudo de caso, promovido através de vistorias in loco em 15% das residências inseridas em um conjunto habitacional popular de 179 unidades no município da Serra-ES, visando realizar levantamentos quantitativos das manifestações patológicas presentes nesta amostra. Através da análise dos dados obtidos, verificou-se nos resultados que diversos elementos construtivos da amostra estudada (como cobertura, revestimento e esquadrias) possuem problemas construtivos que, consequentemente, geram manifestações patológicas. Para estimar o custo de recuperação e readequação dos elementos alvo desta pesquisa foram realizadas consultas aos índices da construção civil SINAPI e IOPES, de forma elaborar um orçamento de obra. Diante da ampla ocorrência de manifestações patológicas observadas no estudo de caso e do custo incorrido para correção das mesmas, os autores sugerem que novas pesquisas na área fazem-se necessárias de forma a propor melhorias em projetos e nos programas de qualidade utilizados na construção de moradias populares.