
A gente faz teatro ensaiando a revolução
Author(s) -
Maíra Cavalcanti Vale,
Genivaldo Bazílio
Publication year - 2022
Publication title -
pragmatizes
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2237-1508
DOI - 10.22409/pragmatizes.v12i22.51414
Subject(s) - humanities , art
Este artigo é uma experimentação na escrita a partir da fala de Genivaldo Bazílio, mestre da cultura popular em Pernambuco, contando como o teatro apareceu em sua vida e como criou o Grupo de Teatro Atual (GTA) junto a um grupo de pessoas moradoras das periferias de Recife, Olinda e Paulista, atravessadas pelas desigualdades raciais e sociais que marcam o cotidiano destas comunidades. Neste texto a proposta é apresentar a própria forma de transcrição da fala como em si um processo conjunto de escrita - tanto na passagem de áudio para texto quanto na marcação de pausas e seleção de trechos; e fazer da rememoração uma reflexão teórica ao se contar uma trajetória coletiva que atravessa bairros periféricos e encontra movimentos de cultura popular, como o Movimento de Teatro Popular de Pernambuco, o Movimento Negro Unificado, a luta pela criação do espaço cultural Nascedouro de Peixinhos, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra, a pedagogia do oprimido de Paulo Freire, o Teatro Experimental do Negro de Abdias do Nascimento, o teatro do oprimido de Augusto Boal, a Coordenação Nacional de Entidades Negras e o movimento sindical. Assim, a reflexão sobre o GTA não aparece na narrativa aqui apresentada na forma de uma síntese explicativa de autores sobre um movimento cultural situado historicamente, mas sim a partir da apresentação de como discussões teóricas entraram na própria trajetória do GTA e influenciaram a sua prática de teatro de rua negro e popular.