z-logo
open-access-imgOpen Access
Outros espaços nas artes visuais
Author(s) -
Ricardo Nascimento Fabbrini
Publication year - 2021
Publication title -
gragoatá
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-4114
pISSN - 1413-9073
DOI - 10.22409/gragoata.v26i55.47755
Subject(s) - humanities , utopia , art , heterotopia (medicine) , philosophy , art history , biology , genetics
O artigo caracteriza, inicialmente, a concepção de temporalidade que vigorou no imaginário das vanguardas artística dos anos 1910 aos anos 1930: a ideia de um tempo linear, sucessivo, cumulativo, homogêneo e “vazio”, porque para ser conquistado. Foi esta concepção de tempo prospectivo, teleológico, no qual o télos é a Utopia, que orientou as vanguardas construtivas até a Segunda Guerra Mundial. Depois do Holocausto (ou das bombas de Hiroxima e Nagasaki), as ideias de progresso, ou de aperfeiçoamento, próprias dessa concepção prospectiva do tempo, ruíram. O futuro deixou de ser considerado o reino da esperança, da projeção do desejo, para tornar-se sombrio ou ameaçador. Desde então, vigora no imaginário artístico-cultural a noção de distopia, ou utopia negativa, entendida como a figuração de uma sociedade opressiva projetada no futuro próximo ou distante, à qual se chegará se não forem alterados os rumos da história. É o que verificamos nas obras visuais do alemão Harun Farocki, do chinês Ai Weiwei e do espanhol Antoni Muntadas, realizadas nas três últimas décadas, nas quais a distopia é apresentada como sociedade de controle. Por fim, acentuamos que diversos críticos de arte vêm mobilizando desde os anos 1990 a noção de heterotopia de Michel Foucault para caracterizar o poder de negatividade de certa arte contemporânea. Recordamos que as heterotopias são, para o autor, “contraposicionamentos em lugares reais”, “lugares efetivos”; ou seja, “lugares” que, em aparente paradoxo, “estão fora de todos os lugares, embora sejam efetivamente localizáveis”, como ocorreria, a nosso ver, nas instalações de Rirkrit Tiravanija (ou, mais remotamente, em Lygia Clark, e Hélio Oiticica). Palavras-chave: arte contemporânea. Utopia. Distopia. Heterotopias. reistência.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here