
Estatuto da forma cê: clítico ou palavra?
Author(s) -
Liliane Pereira Barbosa
Publication year - 2010
Publication title -
gragoatá
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-4114
pISSN - 1413-9073
DOI - 10.22409/gragoata.2010n29a33081
Subject(s) - humanities , philosophy , physics
O fato de investigações considerarem cê um clítico pronominal sintático e a constatação da possibilidade de esta forma aparecer em posições em que um clítico não aparece fizeram-nos questionar o seu caráter. Assim, baseados em dados extraídos da literatura atestada e publicada, além de construções do dialeto do Norte de Minas, constatamos, fundamentados na teoria da Cliticização e na Fonologia Prosódica, que cê se comporta não como clítico, mas como palavra plena. Ademais, propusemos, ancorados, ainda, na Fonologia Prosódica, que a atonicidade percebida em cê está no nível da frase e não da palavra. Nesse viés, a sua ausência de tonicidade ocorre em razão da possibilidade de alternância de proeminência acentual no nível da frase entoacional, que, por se relacionar a aspectos semânticos, sintáticos e de desempenho do falante, determina nó forte ou fraco a cê, ou seja, sua posição forte ou fraca na sentença.