z-logo
open-access-imgOpen Access
Reality show: um paradoxo nietzschiano
Author(s) -
Ilana Feldman
Publication year - 2011
Publication title -
ciberlegenda
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1519-0617
DOI - 10.22409/c-legenda.v0i16.26066
Subject(s) - philosophy , humanities , physics
O fenômeno dos reality shows - e a subseqüente relação entre imagem e verdade - assenta-se sobre uma série de paradoxos. Tais paradoxos podem ser compreendidos à luz do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que, através dos usos de formulações paradoxais, concebia a realidade como um mundo de pura aparência e a verdade como um acréscimo ficcional, como um efeito. A ficção é então tomada, na filosofia de Nietzsche, não em seu aspecto falsificante e desrealizador - como sempre pleiteou nossa tradição metafísica -, mas como condição necessária para que certa espécie de invenção possa operar como verdade. Sendo assim, a própria expressão reality show, através de sua formulação paradoxal, engendra explicitamente um mundo de pura aparência, em que a verdade, a parte reality da proposição, é da ordem do suplemento, daquilo que se acrescenta ficcionalmente - como um adjetivo - a show. O ornamento, nesse caso, passa a ocupar o lugar central, apontando para o efeito produzido: o efeito-de-verdade. Seguindo, então, o pensamento nietzschiano e sua atualização na contemporaneidade, investigaremos de que forma os televisivos “shows de realidade” operam paradoxalmente, em consonância com nossas paradoxais práticas culturais.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here