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Damo, Arlei Sander e Oliven, Ruben George. Megaeventos no Brasil: um olhar antropol�gico. Campinas: Editora Autores Associados (Selo Armaz�m do Ip�), 2014
Author(s) -
Luiz Guilherme Burlamaqui
Publication year - 2017
Publication title -
antropolítica
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2179-7331
DOI - 10.22409/antropolitica2016.1i40.a446
Subject(s) - humanities , george (robot) , art , political science , art history
Numa espécie de preâmbulo do Ensaio sobre a Dádiva, Marcel Mauss (1999) sublinhou que, em algumas línguas germânicas, havia um parentesco semântico entre as palavras presente e veneno. Pouco a pouco, Mauss delineava que o parentesco linguístico era tão somente um indicativo de um fenômeno social mais amplo: dívida e graça, privilégio e obrigações caminham proximamente. Quase cem anos depois desse escrito, quando as agências esportivas internacionais escolheram o Brasil como sede dos principais megaeventos internacionais – a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos do Rio (2016) – a população não hesitou em celebrar a escolha. Muitos viram ali, uma chance quase única, singular de transformação do país e da sociedade brasileira. Mas o enredo é conhecido, e a reconversão da benesse em maldição não tardou. As altas somas de dinheiro público dispendidas, as demandas arquitetônicas das agências esportivas internacionais – o vulgarizado “padrão FIFA” –, e o estrito cronograma foram seguidamente questionados pela sociedade civil nacional, culminando com os levantes de junho em 2013.

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