
O que é uma linha de fuga? Consideração a partir do conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa
Author(s) -
Daniel Silva Moraes,
Alex Correia Jardim
Publication year - 2017
Publication title -
viso
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1981-4062
DOI - 10.22409/1981-4062/v20i/216
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A proposta do texto é analisar o conto "A terceira margem do rio", de João Guimarães Rosa, publicado em 1962 no livro Primeiras estórias. Problematizamos o conto a partir de uma conversação com a filosofia de Gilles Deleuze, em especial o conceito de linhas de fuga. Para Deleuze, ‘fugir’ é um ato que nos conduz a um novo modo de vida. Enquanto ato de coragem, ‘fugir’ possui o sentido de romper com o que é estabelecido. Dessa maneira, podemos pensar o ato do pai que abandona absolutamente tudo e se implica com o rio como a desterritorialização maior e mais radical. Uma sorte de delírio que faz com que um homem simples traia seu próprio tempo e história; desvia seu rosto dos antigos códigos, abandonando aquilo que o "prendia à terra", para experimentar um outro devir.