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O belo vai ao cinema
Author(s) -
Vladimir Vieira
Publication year - 2007
Publication title -
viso
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1981-4062
DOI - 10.22409/1981-4062/v1i/35
Subject(s) - philosophy , aesthetics , sociology , humanities
Apesar da crescente atenção que vem recebendo dos comentadores kantianos nas últimas décadas, a Crítica da faculdade de julgar não parece desfrutar da mesma popularidade entre as linhas de pesquisa dedicadas à abordagem da arte. contemporânea. Com sua ênfase na análise de representações do sujeito, a obra do filósofo alemão parece a muitos inadequada para interpretar as peculiares manifestações estéticas do século XX.
Neste artigo, procuro mostrar que este pressuposto é falso, e que a estética kantiana ainda pode ser legitimamente empregada para compreender a natureza de certos fenômenos artísticos contemporâneos. Para tanto, utilizo distinções estabelecidas na “Analítica do belo” – seção da terceira crítica consagrada à categoria da beleza – como base para a interpretação do filme Cidades dos sonhos (2001), de David Lynch.