
Mielorneningocele
Author(s) -
J. Francisco Salomão,
Renê D. Leibinger,
Ana P. A. Barbosa,
Maria Anna P. Brandão,
Sérgio Cavalheiro
Publication year - 2017
Publication title -
jornal brasileiro de neurocirurgia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2446-6786
pISSN - 0103-5118
DOI - 10.22290/jbnc.v8i3.239
Subject(s) - medicine , gynecology , nuclear medicine
Foram estudados 100 pacientes portadores de mielo-meningocele operados no Instituto Fernandes Figueira (MS -Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, entre janeiro de 1987 e setembro de 1995. Nenhum critério de seleção de pacientes foi adotado e todas as lesões foram corrigidas. Quarenta e um pacientes foram operados nas primeiras 48 horas de vida e 57 após este período. Em dois pacientes, o tempo de correção não foi determinado. Foram registradas 53 complicações relacionadas à correção do defeito em 45 pacientes, 37 das quais (69,8%) envolvendo a ferida operatória. Em 74 pacientes já havia evidente hidrocefalia por ocasião do nascimento, posteriormente confirmada por ultra-sonografia transfontanelar e/ou tomografia computadorizada (TC). No total, apenas 17% dos pacientes não necessitaram de sistema de derivação ventricular para controle da hidrocefalia. Em 14 pacientes houve ventriculite, registrada no primeiro mês de vida e considerada complicação diretamente relacionada ao disrafismo aberto, independentemente ou não da coexistência de derivação ventricular. Nestes casos, os microorganismos isolados foram os habituais contaminantes de lesões disráficas e do trato intestinal. Com exceção de um paciente, todos os que desenvolveram ventriculite tiveram o defeito corrigido tardiamente (após 48 horas de nascido). Onze por cento dos pacientes desenvolveram sinais e sintomas da malformação de Chiari do tipo II (MCh II), e a mortalidade neste grupo foi de 54,5%. Os casos mais graves e de pior evolução foram aqueles que não responderam à implantação de derivação ventricular ou que já tinham o sistema implantado e funcionante. No total, 13 pacientes faleceram durante o primeiro ano de vida. A mortalidade relacionou-se especificamente à MCh II e à ocorrência de ventriculite. Assim sendo, dentre os falecidos, seis (46,1%)pacientes apresentaram sinais e sintomas da MCh II e oito (61,5%), evidências de ventriculite, em algum momento da evolução da doença.