
Uma semioticista: entre a teoria e a paixão
Author(s) -
Norma Discini
Publication year - 2020
Publication title -
entrepalavras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2237-6321
DOI - 10.22168/2237-6321-7esp1810
Subject(s) - humanities , philosophy
O Dicionário de Semiótica (GREIMAS; COURTÉS, 2008, p. 324), após definir o mundo natural como uma “estrutura ‘discursiva’” que se apresenta no quadro da relação sujeito/objeto, acrescenta que esse mundo “é o enunciado construído pelo homem e decifrável por ele [o próprio homem]”. Há uma semioticista brasileira que leva os leitores de sua obra a um desvelamento peculiar do que “está aí” feito semiose. Queremos homenagear essa intelectual, cuja obra desbastou campos inimagináveis para nossa percepção, e cujo comportamento nos levou a querer passar “além do Bojador”. Falamos de Diana Luz Pessoa de Barros. O desejo de reverenciar a pensadora e de reconhecer sua força moral em nossas vidas sempre será maior do que o poder de nossas palavras. Entretanto, movidos pela memória do brilho que vem de lá, ou do lugar da própria Diana, procuraremos falar sobre alguns dos princípios que fundamentam sua obra, como a atenção à figuratividade e à ideologia concebidas como não separadas das tensões do afeto. Enquanto isso, tentamos entrar em conjunção com o objeto de valor que ela oferece a quem dela se aproxima: a vontade de viver articulada por um “querer extenso”. É um querer que, longe de recuar diante de alguma impossibilidade, alimenta-se pelo próprio não-poder, como está previsto por Greimas e Fontanille (1993) em estudo feito sobre a obstinação.