
Discurso da acessibilidade e silenciamento da pessoa com deficiência física
Author(s) -
Silvania de Souza,
Juliene da Silva Barros Gomes
Publication year - 2021
Publication title -
entrepalavras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2237-6321
DOI - 10.22168/2237-6321-11809
Subject(s) - humanities , philosophy , political science , sociology
Este artigo amplia a discussão do trabalho de conclusão de curso “O silenciamento discursivo da pessoa com deficiência física: um olhar para duas escolas públicas de Garanhuns (PE)”, (SOUZA, 2019). Dadas a importância do debate sobre a educação especial brasileira e a crescente adoção de uma perspectiva inclusiva no discurso legal e político, é necessário refletir sobre a temática no contexto educacional. Na última década, a política de educação especial no Brasil ganhou contornos que merecem ser analisados em função de suas mudanças conceituais e estruturais. O objetivo é investigar elementos arquitetônicos e pedagógicos que garantiriam a inclusão de alunos com deficiência física e os possíveis gestos de silenciamento desses sujeitos em duas escolas públicas de Garanhuns-PE. Os fundamentos do trabalho advêm da Análise do Discurso Francesa (AD), recorrendo aos conceitos de silenciamento, discurso e sujeito (ORLANDI, 2007, 2010; PÊCHEUX, 1975), bem como a referências que tratam da temática da inclusão (BRASIL, 2015; FUMEGALLI, 2012). Trata-se de abordagem qualitativa (MINAYO, 2002), e, a partir de questionários aplicados a coordenadores e professores de educação física, realizamos diagnose sobre a materialização da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015) e da Lei de acessibilidade (BRASIL, 2000). Os resultados mostram que o discurso da inclusão é configurado nas leis, mas não se materializa nas escolas pesquisadas, tendo-se em vista a análise do discurso dos sujeitos colaboradores. Além disso, há indícios de que as pessoas com deficiência física são silenciadas quanto aos seus direitos à acessibilidade arquitetônica e práticas pedagógicas das escolas pesquisadas, refletindo uma inviabilização dos seus direitos sociais.