
Para uma metodologia visual em ação na investigação-criação: o exemplo de SORODAS
Author(s) -
Carole Brandon,
Marc Veyrat
Publication year - 2020
Publication title -
revista lusófona de estudos culturais
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2184-0458
pISSN - 2183-0886
DOI - 10.21814/rlec.2302
Subject(s) - humanities , art
Este texto apresenta uma metodologia em funcionamento no Departamento de Comunicação
Hipermédia da Universidade Savoie Mont Blanc, França, que se baseia, há vários anos,
numa estreita colaboração entre as Ciências da Informação/Comunicação e as Ciências da Arte,
a fim de permitir a produção de dispositivos inovadores na investigação-criação de artes digitais,
nomeadamente dispositivos construídos em hipermédia. Um testemunho desta estratégia
é a obra SORODAS de Carole Brandon, planeada para o Atelier-Laboratoire IDÉFI-CréaTIC[S]
Langue[S] & Patrimoine[S], que seria deslocalizado para as ilhas de Mayotte no Oceano Índico,
em 2018. Mesmo que a viagem da equipa deste projeto tenha sido finalmente cancelada dois dias
antes da partida, devido a eventos e manifestações ocorridos na ilha, este dispositivo hipermédia
e artístico foi acompanhado por um longo trabalho preliminar interdisciplinar, de pesquisa em
antropologia visual e metodologia de projeto, conduzida em conjunto pela equipa de Ghislaine
Chabert e Carole Brandon. Contando com a colaboração dos alunos do Mestrado Digital Creation,
este território de Mayotte, difícil de circunscrever devido ao seu afastamento geográfico e
ao seu passado tumultuoso, não poderia decentemente ser abordado sem diversas precauções
entretanto tomadas. O presente texto inclui uma amostra dos resultados obtidos, apresentados
parcialmente num estilo de escrita inspirado na linguagem das redes sociais e experimentado no
projeto. Por exemplo, os autores escrevem “®ver” em vez de “rever”, para sublinhar a dualidade
do processo de “(re)visão” no tempo. Ou por vezes substituem os parêntesis simples ( ) por
(-! !-), ou seja, usam a notação emojis, formada por ideogramas e smylies, muito frequente no
ciberespaço e nas redes sociais digitais.