
As simbologias religiosas dos Santuários do Bom Jesus do Monte de Braga e do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas
Author(s) -
Marcia Toscan
Publication year - 2014
Publication title -
revista confluências culturais
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2316-395X
DOI - 10.21726/rccult.v3i1.45
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O presente trabalho pretende desenvolver uma pesquisa acerca de comparações das simbologias religiosas feitas entre dois santuários, o Santuário do Bom Jesus do Monte de Braga (Portugal) e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais (Brasil). Construídos com aspectos diferentes – territórios, autores, condições climáticas e financeiras –, ambos representam locais de devoção ao Bom Jesus, originados por uma exaltação religiosa que resultaria, nos períodos posteriores, na realização sequencial de romarias e cumprimento de penitências. Serão abordadas as semelhanças entre os santuários, pois o Bom Jesus do Monte de Braga foi, segundo diversos autores, a inspiração para a construção do Santuário de Congonhas do Campo; além disso, possuem, em números diferentes, os passos da paixão de Cristo. Outras manifestações escultóricas serão especialmente analisadas, como o Escadório dos Cinco Sentidos (Braga) e os Doze Profetas (Congonhas).Assim, os objetivos propostos para este trabalho são contribuir com narrativas sobre o Barroco luso-brasileiro e o universo simbólico religioso do patrimônio edificado de Congonhas do Campo e do Santuário de Braga, com ênfase nas esculturas das Capelas dos Passos da Paixão (somente sete passos), nos Doze Profetas e no Escadório dos Cinco Sentidos; e, consequentemente, valorizar o patrimônio material de ambos os países, pois sem ele uma nação fica à mercê do esquecimento. No mais, os dois santuários pertencem ao patrimônio cultural classificado de cada país; o de Congonhas já foi tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1985, e o Santuário de Braga candidatou-se para tal em 2012. Desse modo, esses espaços arquitetônicos merecem total interesse da comunidade luso-brasileira.Há, nos santuários estudados, uma quantidade exagerada, porém necessária, de simbologias, pois os homens que viviam naqueles séculos precisavam de tais demonstrações para a compreensão da imagem e assim suprir as necessidades religiosas. As simbologias também nos ajudam a entender o passado para na atualidade solucionarmos crises; Eliade (1992) descreveu esse fenômeno como situações vividas pelo homo religiosus, que desvela significados para dar essência à vida moderna. Carecemos de símbolos para nos organizarmos enquanto sociedade.