Semiologia/semiótica em Saussure e Jakobson: conceitos, filiações, debates

Foi através do desenvolvimento da fonologia, conforme os princípios do CGL que o Círculo Linguístico de Praga conseguiu reconhecer a linguística como a mais avançada entre as ciências humanas há várias décadas. O grupo checo, assim, ajudou a estabelecer Ferdinand de Saussure como uma figura seminal para a era moderna, ao lado de pensadores como Freud, Marx e Nietzsche. Roman Jakobson fez deu uma contribuição particularmente significativa para a propagação do saussurismo, graças à sua genialidade e à sua abundante produção acadêmica, às suas visões amplas e à sua longa e variada carreira. A primeira parte deste ensaio descreve brevemente os principais passos da elaboração de Saussure sobre a ideia do semiológico. A segunda parte examina como Jakobson adotou a tese da saussureana ao mesmo tempo em que adicionou suas próprias ideias semióticas que ampliam, desenvolvem e às vezes contestam determinadas propostas do CGL. Este artigo enfoca o signo e a semiose, ou a ação de produzir signos, e traça o crescimento progressivo do domínio semiótico, primeiro em Saussure, depois em Jakobson. Tendo feito a escolha de esboçar uma evolução complexa e extensa dos dois linguistas, somos obrigados a aceitar que o ensaio não pode examinar em detalhes cada conceito fundamental em questão.