
VIOLÊNCIA, PRECARIEDADE, NECROPOLÍTICA E DESIGUALDADE SOCIAL EM ESPAÇOS URBANOS
Author(s) -
João Vitor Schmutzler Abrahão,
Francisco Ramos de Farias
Publication year - 2021
Publication title -
revista direitos humanos e democracia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-5389
DOI - 10.21527/2317-5389.2021.18.11537
Subject(s) - humanities , political science , physics , philosophy
As cidades são espaços urbanos complexos pelas diferenças geográficas, sociais e econômicas, as quais são responsáveis por convulsões e caos. Objetiva-se refletir sobre a distribuição desigual da precariedade em diferentes regiões do espaço urbano, na condição de técnicas que concorrem para a submissão e coisificação dos corpos encerrando-os na rubrica de mercadorias mediante o controle das populações que aciona estratégias de poder decorrendo em segregação e hierarquização social. Por intermédio dessas táticas, realiza-se, no cenário moderno do capitalismo, o ajustamento visando à acumulação dos homens, de maneira análoga à acumulação do capital. Da aplicação do biopoder resulta a expansão desordenada de determinados grupos humanos às custas de forças produtivas e da repartição diferencial do lucro. De resto, problematiza-se, utilizando o método de revisão bibliográfica, privilegiando uma linha de pensamento com destaque à precariedade revestida em vulnerabilidade, considerando vidas descartáveis não passíveis de luto e vidas protegidas. Em seguida, questiona-se a função dos equipamentos e serviços urbanos disponíveis em determinados bairros. Concluímos que o biopoder não é apenas um poder centralizado em uma autoridade governamental, personificada em grande algoz de determinados grupos, visto que se trata de uma malha na qual o poder se capilariza e determina, por meio de ajustes sociais, cotas maiores de precarização em determinados segmentos sociais e cotas menores em outros. Por fim, alude-se que as evidências referidas convergem para pensar o âmbito da Necropolítica, fundamentada especialmente em questões raciais, utilizada para justificar o contexto de vidas matáveis.