Caminhos Percorridos pela Geolinguística nos Sertões Cearenses: Pesquisa de Campo

Enquanto se encontra no conforto do seu lar, rodeada de inúmeros textos científicos que lhe orientam acerca dos passos metodológicos que uma pesquisa geolinguística deve seguir, tudo parece simples, prático e rápido. No entanto, quando toda a metodologia planejada vai a campo, a situação se configura completamente diferente e os desafios que se apresentam devem ser superados, ou então, todo o trabalho projetado se desmorona. É com o intuito de relatar os desafios enfrentados pela pesquisadora em questão durante a pesquisa de campo do Atlas Linguístico dos Sertões Cearenses (ALSCe) que produzimos este trabalho. O ALSCe será um atlas linguístico que documentará o léxico e a morfossintaxe do falar cearense na mesorregião geograficamente definida como os Sertões Cearenses. Para que esse atlas se concretize é preciso passar por várias etapas, desde a escolha da localidade até a produção das cartas linguísticas. Com tudo isso, faz-se necessário que, após a definição das variáveis extralinguísticas (local, sexo, idade e escolaridade), realizemos a pesquisa de campo propriamente dita. É neste aspecto que discorremos ao longo deste trabalho para servir de orientação para futuros pesquisadores geolinguistas que, assim como nós, estarão dispostos a deixar o conforto de seus lares e se aventurarem pelo universo extraordinário da língua falada no cotidiano. Para alicerçar cientificamente nosso trabalho, recorremos a Caruso (1998), Brandão (2005), Alencar et al. (2016), Ferreira (2016).