
ENTRE A SUTILEZA E A GEOMETRIA: WILLIAM DESMOND E A POROSIDADE DO SER RELIGIOSO
Author(s) -
José Carlos Aguiar de Sousa
Publication year - 2012
Publication title -
síntese
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2176-9389
pISSN - 0103-4332
DOI - 10.20911/21769389v40n126p109-124/2013
Subject(s) - philosophy , humanities
O ethos da modernidade não mais oferece a matriz que nutre a reverência religiosa. O projeto de objetivação e quantificação das coisas implementou um modo de racionalidade ligada ao espírito geométrico que taxa como meramente subjetivas todas as perplexidades últimas da existência humana. Entretanto, estas perplexidades demandam um espírito de sutileza para além do pensamento que medeia apenas consigo. A metaxologia, ou espaço intermediário do ser de William Desmond é um esforço original de repensar as questões ligadas ao ser religioso permanecendo fiel à porosidade que existe entre a religião e a filosofia. O ser religioso demanda aquilo que é mais íntimo em nós e, ao mesmo tempo, o que é mais universal. Este universal íntimo revela a porosidade do ser para além do subjetivismo arbitrário e do objetivismo reducionista. Ele se situa no espaço intermediário que a metaxologia desmondiana busca tematizar. Ao refletir metaxologicamente sobre o ser religioso Desmond não apenas busca resgatar a antiga intimidade entre a filosofia e a religião, mas abre o pensamento para as experiências e acontecimentos elementares que se revelam porosidades para o enigma do ser religioso.Abstracts: This paper aims to explore the space between religion and philosophy making an effort to rethink the question of being religious in a constructive spirit beyond the modern eros of rational determination. This means to remain true to the porosity that exists between religion and philosophy. By reflecting upon the primordial perplexity of Being, William Desmond tries to find the metaxological or middle space of thought beyond the determination of a thought thinking only itself. Being religious has to do with the intimate universal, in other words, with what is most intimate in us, and yet most universal. This intimate universal reveals a porosity beyond arbitrary subjectivism and reductionist objectivism. It dwells in the between.