
EXPERIÊNCIAS DOS MILITANTES DE ESQUERDA ARMADA NOS CÁRCERES CEARENSES (1971-79)
Author(s) -
José Aírton de Farias
Publication year - 2017
Publication title -
revista observatório
Language(s) - Spanish
Resource type - Journals
ISSN - 2447-4266
DOI - 10.20873/uft.2447-4266.2017v3n2p454
Subject(s) - political science , humanities , dictatorship , art , law , politics , democracy
RESUMO
Após o insucesso da guerrilha, prisão e condenação pela Justiça Militar, os militantes da esquerda armada no Ceará tiveram que cumprir suas penas no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS). Ali, durante os anos 1970, os revolucionários, vistos como “terroristas”, mantidos à parte dos demais presos e alvos da atenção da ditadura militar, tiveram de enfrentar novos desafios. Buscaram brechas, fissuras, criaram espaços, usaram de estratégias e táticas dentro da estrutura autoritária imperante, no fito de garantirem melhores condições de sobrevivência. Buscamos neste artigo entender compreender como e por que as experiências cotidianas e relações entre os próprios militantes de esquerdacontribuíram para a reconstrução dos projetos políticos e identidades daqueles revolucionários após a derrota da luta armada. A solidariedade e o apoio mútuo marcaram as relações entre os presos políticos, expresso na organização dos chamados coletivos, tradicional prática das esquerdas na prisão. Não obstante os apoios mútuos, aconteceram também atritos entre os presos políticos, como se deu na greve de fome de 1974, a primeira realizada no IPPS.
PALAVRAS-CHAVE: Ditadura militar, presos políticos, Ceará.
ABSTRACT
After the failure of the guerrilla, imprisonment and condemnation by the Military Justice, the militants of the armed left in Ceará had to fulfill their sentences in the Criminal Institute Paulo Sarasate (IPPS). There, during the 1970s, revolutionaries, seen as “terrorists”, kept apart from the rest of the prisoners and targets of the military dictatorship's attention, faced new challenges. They searched for gaps, fissures, created spaces, used strategies and tactics within the prevailing authoritarian structure, in order to guarantee better conditions of survival. We seek to understand how and why the daily experiences and relations between leftist militants contributed to the reconstruction of the political projects and identities of those revolutionaries after the defeat of the armed struggle. Solidarity and mutual support marked the relationship between political prisoners, expressed in the organization of the so-called collective, the traditional practice of the left in prison. Notwithstanding mutual support, there were also frictions between political prisoners, as was the case at the 1974 hunger strike, the first at the IPPS.
KEYWORDS: Military dictatorship, political prisoners, Ceará.
RESUMEN
Tras el fracaso de la guerrilla, detención y condena por el tribunal militar, los militantes de la izquierda armada en Ceará tenían que cumplir sus penas en el Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS). Allí, durante la década de 1970, el revolucionario, visto como "terroristas", mantenido separado de otros presos y se dirige a la atención de la dictadura militar, tuvo que enfrentarse a nuevos retos. Ellos buscaban huecos, grietas, espacios creados, estrategias y tácticas utilizadas dentro de la estructura autoritaria que prevalece, el objetivo de garantizar mejores condiciones de supervivencia. Buscamos entender este artículo para entender cómo y por qué todos los días las experiencias y las relaciones entre ellos militantes esquerdacontribuíram para la reconstrucción de proyectos políticos y las identidades de esos revolucionarios después de la derrota de la lucha armada. Solidaridad y relaciones de apoyo mutuo marcadas entre los presos políticos, expresado en la organización del colectivo llamado, la práctica tradicional de la izquierda en la cárcel. A pesar del apoyo mutuo también pasó la fricción entre los presos políticos, como ocurrió en la huelga de hambre 1974, la primera celebrada en IPPS.
PALABRAS CLAVE: dictadura militar, los presos políticos, Ceará.