
Casa aristocrática de lavradores: o topos do de re rustica nas epístolas em verso de Sá de Miranda
Author(s) -
Ricardo Hiroyuki Shibata
Publication year - 2014
Publication title -
tempo
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.139
H-Index - 6
eISSN - 1980-542X
pISSN - 1413-7704
DOI - 10.20509/tem-1980-542x2014v203616
Subject(s) - humanities , art , philosophy
Este artigo procura investigar algumas coordenadas epocais presentes nas epístolas em verso de Francisco de Sá de Miranda (1481–1558). É possível afirmar que a argumentação principal de Sá de Miranda reside na defesa de um “tempo da memória”, que deve ser preservado, em oposição estratégica às vicissitudes da expansão marítima portuguesa e do tempo presente. Isso se faz a partir da mobilização da doutrina da “economia” (oeconomia), da “casa” (oikos) e de matéria correlata, cuja vitalidade foi reativada pelo Renascimento, com tradução literária nos lugares-comuns do de re rustica (assunto de agricultura e de camponeses). Dos tempos clássicos até a Idade Moderna, todo esse conjunto normativo não tratava somente das questões de administração da família e da conservação do patrimônio, mas também da agricultura e das relações de amizade.