ESTIMATIVA E MAPEAMENTO DA EROSÃO BRUTA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SERIDÓ, BRASIL

Os sertões nordestinos sofrem as consequências da intensificaçãodos processos morfodinâmicos superficiais através da erosão, causada por uso intensivo e inadequado do solo. Tais problemas geram consequências para a relação entre a Sociedade e a Natureza. De fato, a erosão e o assoreamento, causam, entre outros, impactos sócio-ambientais e econômicos, tais como o desgaste do perfil de solo, a diminuição da produtividade agrícola, a redução da capacidade de armazenamento de rios e reservatórios, assim como a diminuição da disponibilidade hídrica. A presente pesquisa buscou estimar a erosão bruta da bacia hidrográfica do Rio Seridó (RN-PB, 10 mil km²) afim de entender como se distribui espacialmente a erosão em toda extensão da bacia. Foram utilizados dados primários e secundários na produção de mapas temáticos, revisão teórico-metodológica do objeto, utilização de imagens (sensoriamento remoto), métodos geoestatísticos, realização de trabalho de campo e modelagem sedimentológica. Para estimativa da erosão bruta foi utilizada a Equação Universal de Perda de Solo (EUPS) para o recorte temporal de 1992 até 2015. Com isso, foi possível interpolar espacialmente as variáveis da EUPS de interesse para toda a bacia. Foram gerados mapas de erosividade de chuva, erodibilidade do solo, fator topográfico e fator de uso e cobertura do solo. Essas informações permitiram a parametrização da EUPS, que sintetiza a erosão bruta na bacia. A erosão bruta média da bacia (1992-2015) foi de 29 ton.ha-1.ano-1, porém, em alguns pontos críticos, a erosão bruta superou 100 ton.ha-1.ano-1. A metodologia aplicada permitiu, portanto, uma avaliação temporal e espacial da erosão bruta na bacia.