z-logo
open-access-imgOpen Access
EROSÃO DE DUNAS SOB AÇÃO DE UM EVENTO EXTREMO DE ALTA ENERGIA DE ONDAS NA COSTA CENTRAL E SUL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Author(s) -
Ulisses Rocha de Oliveira,
Rodrigo Silva Simões,
Lauro Júlio Calliari,
Bruna Cavalcanti Gautério
Publication year - 2019
Publication title -
revista brasileira de geomorfologia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.222
H-Index - 5
eISSN - 2236-5664
pISSN - 1519-1540
DOI - 10.20502/rbg.v20i1.1352
Subject(s) - humanities , geography , art
Na costa oceânica do Rio Grande do Sul, muitos dos segmentos costeiros que estão em processo de erosão vem sendo urbanizados. O estudo do impacto de eventos de alta energia de onda em segmentos que apresentam dunas defrontantes a áreas urbanas é importante visando consolidar o estado da arte em relação a erosão costeira, e ao mesmo tempo para alertar sobre os problemas que podem ser ocasionados decorrentes da ocupação muito próxima do oceano. Este trabalho visou caracterizar a retração das dunas frontais como resultado da ação de um evento extremo de energia de onda ocorrido em outubro de 2016 na costa central e sul do Estado do Rio Grande do Sul, especificamente nos balneários Mostardense, Praia do Farol, balneário Praia do Mar Grosso, balneário Cassino, balneário Hermenegildo e Praia das Maravilhas. Para isto, foram analisadas fotografias aéreas verticais e oblíquas de alta resolução obtidas com auxílio de uma aeronave remotamente pilotada (drone), coletadas antes e após o evento, bem como dados meteo-oceanográficos. O evento ocorrido pode ser considerado como evento extremo de alta energia de onda. A altura significativa de onda (Hs) superou os 5 m próximo à costa e, em águas mais profundas, a altura significativa superou 6 m, com altura máxima (Hm) acima de 10 m, valores não descritos nos últimos 40 anos nesta costa oceânica. O período das ondas (Ts) foi de 15 s. O referido evento gerou uma retração média das dunas frontais entre 4 e 21,8 m em média nos segmentos analisados e em certos locais houve mais de 40 m de retração da linha de costa. No entanto, houve variações nas taxas encontradas nos seis segmentos analisados. As maiores taxas ocorreram nas duas áreas mais ao norte (13,8 m em média em Mostardense e 21,8 m na Praia do Farol). As características naturais do local, com costa voltada para sul, barreira com tendência retrogradante e dunas preservadas, favoreceram a ação da alta energia de onda na costa. Nas áreas com barreira progradante e influência estuarina (Mar Grosso e Cassino), também houve retração das dunas frontais, tendo taxas de retração menores que Mostardense e Praia do Farol (9,6 m em Mar grosso e 4m na praia do Cassino). Especula-se que nos balneários mais ao sul, as taxas (9,9 m no Hermenegildo e 8,8 m em Maravilhas) não tenham sido maiores pela presença de estruturas de contenção à erosão no Hermenegildo e turfas em Maravilhas, o que provavelmente contribuiu na redução da taxa de recuo das dunas frontais nestas áreas. A descrição deste processo erosivo intenso é importante para o planejamento da ocupação costeira no sentido de identificar que a variação da linha de costa, neste caso a retração do limite entre a praia e a duna frontal, não é um processo linear, mas sim em muitos casos uma resposta a eventos de alta energia de onda, sobretudo os chamados eventos extremos.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here