
EVOLUÇÃO DA REDE DE DRENAGEM E EVIDÊNCIAS DE ANTIGAS CONEXÕES ENTRE AS BACIAS DOS RIOS GRANDE E SÃO FRANCISCO NO SUDESTE BRASILEIRO
Author(s) -
Éric Andrade Rezende,
André Augusto Rodrigues Salgado,
Paulo de Tarso Amorim Castro
Publication year - 2018
Publication title -
revista brasileira de geomorfologia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.222
H-Index - 5
eISSN - 2236-5664
pISSN - 1519-1540
DOI - 10.20502/rbg.v19i3.1304
Subject(s) - humanities , geography , drainage network , geology , cartography , art , drainage basin
O presente trabalho investigou a evolução da rede de drenagem na alta/média bacia do Rio Grande, com foco em evidências de antigas conexões entre esta bacia e a bacia do Rio São Francisco no sudeste brasileiro. Foi executada a análise conjunta de registros sedimentares, anomalias de drenagem, eixos de soerguimento e dados termocronológicos disponíveis. Feições como um baixo divisor anômalo, um cotovelo de drenagem, uma garganta e um antigo eixo de soerguimento evidenciam que o alto curso do Rio Grande, hoje pertencente à bacia hidrográfica do Rio Paraná, encontrava-se previamente direcionado para norte, rumo ao Cráton do São Francisco. O divisor ancestral entre as duas bacias hidrográficas coincidia com o eixo soerguido de direção geral NNW-SSE ao longo das intrusões alcalinas Neocretáceas que bordejam a nordeste a Unidade geotectônica Bacia do Paraná. O rompimento do divisor ancestral e a consequente captura fluvial provavelmente ocorreram após um soerguimento generalizado no Mioceno Médio, que causou a superimposição da drenagem a partir de uma paleosuperfície mais regular e a abertura de depressões. O baixo divisor anômalo na região de Pimenta-MG corresponde a um expressivo registro morfológico do paleovale que conectava as duas bacias atualmente separadas. Taxas médias de incisão de longo-termo foram estimadas em cerca de 10 m/Ma, com base no posicionamento das formações Marília e Itaqueri adjacentes ao médio vale do Rio Grande.