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FATORES CONTROLADORES DA EVOLUÇÃO DO RELEVO NO FLANCO NNW DO RIFT CONTINENTAL DO SUDESTE DO BRASIL: UMA ANÁLISE BASEADA NA MENSURAÇÃO DOS PROCESSOS DENUDACIONAIS DE LONGO-TERMO
Author(s) -
Éric Andrade Rezende,
André Augusto Rodrigues Salgado,
Juliana Rodrigues da Silva,
Didier Bourlès,
Régis Braucher,
Laettitia Léanni
Publication year - 2013
Publication title -
revista brasileira de geomorfologia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.222
H-Index - 5
eISSN - 2236-5664
pISSN - 1519-1540
DOI - 10.20502/rbg.v14i2.416
Subject(s) - humanities , philosophy
O presente trabalho tem como objetivo estudar os fatores controladores da evolução do relevo de um trecho do interflúvio entre a bacia interiorana do rio Grande, um dos formadores do rio Paraná, e a bacia do rio Paraíba do Sul. Este divisor hidrográfico está contido em uma das porções mais elevadas da Serra da Mantiqueira e coincide com o flanco NNW do Rift Continental do Sudeste do Brasil. Para este estudo foram selecionadas nove sub-bacias localizadas no extremo sul de Minas Gerais, entre os municípios de Itamonte e Bocaina de Minas. Essas sub-bacias tiveram suas taxas denudacionais estimadas pela mensuração da produção do isótopo cosmogênico 10Be em sedimentos fluviais. Os resultados mostram que a taxa média de denudação das sub-bacias do rio Paraíba do Sul, voltadas para o gráben (17,39 m/Ma), é superior a das sub-bacias dos rios Grande e Aiuruoca, voltadas para o interior continental (12,24 m/Ma). Entre os fatores controladores das taxas de denudação, se destaca a boa correlação existente entre as taxas e dois parâmetros morfométricos: amplitude de relevo e declividade média das sub-bacias. A influência da litologia também se mostra importante, já que a resistência dos granitos frente aos processos erosivos é um dos fatores que condiciona taxas denudacionais bastante baixas na área. Os resultados indicam que o granito Maromba é a unidade litológica mais resistente entre aquelas presentes nas sub-bacias amostradas. As baixas taxas mensuradas, referentes às últimas dezenas de milhares de anos, contrastam com o relevo rejuvenescido e com as elevadas altitudes desse setor da Mantiqueira, onde há um reconhecido papel da neotectônica na morfogênese. Deste modo, é provável que tenha havido uma atenuação da atividade tectônica no Quaternário Superior, com a consequente estabilização dos níveis de base e diminuição dos processos denudacionais.