
Relatos, memórias e narrativas na construção do imaginário do povo Kaingang: as estampas de Joaquim José de Miranda na conquista dos Campos de Guarapuava
Author(s) -
Toni Juliano Bandeira
Publication year - 2017
Publication title -
revista tellus/tellus
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2359-1943
pISSN - 1519-9452
DOI - 10.20435/tellus.v17i33.429
Subject(s) - humanities , art
Nesta pesquisa, analisamos a representação imagética do povo Kaingang no conjunto de trinta e sete estampas produzidas por Joaquim José de Miranda sobre a décima das expedições destinadas a desbravar os chamados “sertões” do Tibagi, no estado do Paraná, expedição esta comandada por Afonso Botelho, no ano de 1771. Nesse sentido, refletimos sobre as formas de resistência indígena ante a invasão de seu território, bem como sobre a ideia do “vazio demográfico”, na qual a existência de grupos indígenas no atual estado do Paraná simplesmente é negada, reproduzindo-se o discurso de que essas terras eram desabitadas, até que os luso-brasileiros ou imigrantes de outros países viessem cultivá-las. Por meio da análise das estampas, podemos dizer que a narrativa imagética de Miranda é um material de grande valor para a história do povo Kaingang, por meio do qual é possível refletir sobre o embate entre os colonizadores e os indígenas nos Campos de Guarapuava, notando-se a inconsistência da tese do “vazio demográfico”, bem como a resistência Kaingang à invasão de seu território.