
matrimônio segundo Kierkegaard frente ao amor líquido de Zygmunt Bauman
Author(s) -
Wanderley Costa de Oliveira
Publication year - 2019
Publication title -
temáticas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2595-315X
pISSN - 1413-2486
DOI - 10.20396/tematicas.v27i54.12352
Subject(s) - humanities , philosophy
O conceito de matrimônio de Søren Kierkegaard (1813-1855) está expresso nos Stadier, que tem uma parte traduzida ao português como “O matrimônio”. Tomamos como ponto de partida que a reflexão do autor ainda pode ser pertinente ao contexto da Modernidade contemporânea, especialmente em diálogo com o conceito de “Amor Líquido”, presente na obra homônima do sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017). O matrimônio, na visão de Kierkegaard, é a união de espírito em que os amantes celebram o amor, e para mantê-lo longevo, a manutenção do amor erótico é necessária, uma vez que o amor precede o matrimônio. Por outro lado, no “amor líquido”, a instabilidade, a fugacidade e o consumismo impedem a realização do matrimônio, flexibilizando-o a modos instantâneos e insensíveis à afetividade. A hipótese deste artigo é a de que uma convergência entre os autores está na condição que a vida conjugal é entendida: nada é estável existencialmente que possa durar para sempre nem antes, nem depois do matrimônio. Considerando a ligação que os conceitos de Kierkegaard e de Bauman podem ter com a perspectiva existencialista na Idade Contemporânea, poderemos observar como os laços afetivos foram abalados sensivelmente no século XX.