
A abstração em movimento
Author(s) -
Debora Brombal Visnadi,
Maria de Fátima Morethy Couto
Publication year - 2018
Publication title -
revista dos trabalhos de iniciação científica da unicamp
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2596-1969
DOI - 10.20396/revpibic262018348
Subject(s) - mondrian , art , humanities , painting , art history
Este estudo pretende evidenciar uma relação comparativa entre a obra de dois artistas que se encontram na vanguarda da produção abstrata: Piet Mondrian em relação à pintura e Alexander Calder, à escultura. Nos diversos estudos sobre o desenvolvimento do trabalho de Calder, o papel de Mondrian encontra-se restrito à recepção do artista em seu ateliê em Paris no ano de 1930: foi ao se deparar com os retângulos coloridos e com a organização daquele estúdio que Calder sugeriu movimento a tudo aquilo, culminando numa série de experimentações abstratas que rapidamente se transformariam em seus conhecidos Móbiles. A divergência teórica entre eles – de um lado a rigidez com que Mondrian segue as proposições neoplásticas, e de outro a soltura presente nas esculturas de Calder – não são suficientes para anular as similaridades estilísticas de seus conjuntos. Desta forma, esta pesquisa pretende evidenciar os modos como suas produções se aproximam para além do despertar de Calder à abstração, através de elementos como as intrínsecas questões cromática e rítmica em ambos os conjuntos, e a intersecção de alguns dos princípios neoplásticos ao programa escultórico de Calder. Além disso, a pesquisa analisa dados sobre o papel que a teorização do fazer artístico ocupa para cada um dos artistas selecionados, evidenciando de que modo seu incomum gênio ao mesmo tempo apolíneo e dionisíaco, bem como a valorização de aspectos racionais e intuitivos potencializa sua obra.