
O relato (ético) de um tradutor de Maurice Blanchot
Author(s) -
Davi Andrade Pimentel
Publication year - 2021
Publication title -
remate de males
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-5758
pISSN - 0103-183X
DOI - 10.20396/remate.v41i2.8665578
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Neste artigo, com base em minha experiência de tradutor do escritor francês Maurice Blanchot, proponho algumas reflexões sobre a tradução enquanto ato ético, entendendo por ato ético o respeito pela diferença da língua do outro estrangeiro, o que significa não aclimatá-la à língua do tradutor, mas sim deixá-la abrir novos espaços sintáticos e semânticos em minha própria língua. Nesse percurso, além da análise da tradução de fragmentos escolhidos da narrativa L’attente l’oubli, de Blanchot, pretendo dialogar com três ideias essenciais, a meu ver, ao ato tradutório: a primeira, a ideia de Jacques Lacan sobre a letra como materialidade do significante; a segunda, a ideia de Antoine Berman sobre a ética na tradução; e, a terceira, a ideia do próprio Blanchot sobre a tradução enquanto diferença.