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O chão sublime da prosa: crítica e ensaísmo em William Hazlitt
Author(s) -
Daniel Lago Monteiro
Publication year - 2017
Publication title -
remate de males
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-5758
pISSN - 0103-183X
DOI - 10.20396/remate.v37i2.8648694
Subject(s) - sublime , art , philosophy , humanities , literature
Após quase três décadas de uma prolífica carreira de ensaísta, William Hazlitt (1778-1830), tido por muitos como o grande mestre do ensaísmo britânico, condensou boa parte de suas reflexões sobre o gênero em “On the Prose-Style of Poets”, texto de abertura de The Plain Speaker (1826), a última importante coletânea de ensaios por ele reunidos. Neste artigo, falaremos sobre um conjunto de imagens ali mobilizadas pelo escritor que vinculam a prosa ensaística à textura do solo e aos acidentes topográficos, sintetizados na metáfora – recorrente do autor – “o chão da prosa” [the ground of prose], e sobre os novos sentidos que o termo sublime adquiriu tanto em seus escritos quanto nos daqueles autores que o antecederam, mais notadamente, de Edmund Burke. Sem descolar do chão, uma boa prosa ensaística é comparável ao terreno irregular e acidentado das paisagens sublimes, e o ensaísta, àquele que percorrer esse terreno, que ascende às alturas ou desce às profundezas. A partir da noção hazlittiana de que os conceitos, quando não entalhados nas imagens, jamais podem definir a tarefa do crítico e ensaísta, o nosso ponto de partida é o argumento de que há uma analogia entre a escrita de ensaios e as dificuldades sublimes que se interpõem entre o escultor e a confecção de sua obra.

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