z-logo
open-access-imgOpen Access
Otto Maria Carpeaux, Romain Rolland et le modèle français. Une controverse politico-littéraire dans le Brésil des années 1940
Author(s) -
Andréas Pfersmann
Publication year - 2014
Publication title -
remate de males
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2316-5758
pISSN - 0103-183X
DOI - 10.20396/remate.v34i1.8635843
Subject(s) - humanities , art
O imigrante austríaco Otto Maria Carpeaux (1900-1978) permanece célebre no Brasil come médiador, crítico literário e journalista político fortemente oposto, durante os anos 60, ao regime militar e a seus aliados norte-americanos. Autor de uma obra considerável, este comparatista selvagem compôs uma História da literatura occidental (1959-64) em oito volumes, muito pouco conhecida fora dos países lusófonos. Mudando seu verdadeiro nome, Otto Karpfen, este intelectual judeu converteu-se em Viena ao catolicismo e foi um ativo partidário do regime clérico-fascista dos chanceleres Dollfuß e Schuschnigg antes de emigrar, em 1938, para a Bélgica e posteriormente para o Brasil. É no exílio latino-americano que encontrou seu caminho, como ensaísta, no discurso sobre a literatura e que se inclinou para a esquerda radical.Seguindo-se a um necrólogo pouco respeitoso que Carpeaux publicou após o falecimento de Romain Rolland, explodiu uma controvérsia muito viva ente janeiro e maio de 1944, que polarizou por muitos meses os meios intelectuais brasileiros, divididos entre apoiadores e detratores de Carpeaux. Defendido por Alvaro Lins, Carpeaux foi especialmente atacado por Dalcídio Jurandir, Oswald de Andrade, Carlos Lacerda, Guilherme Figuereido e Genolino Amado. Mas são três artigos hostis de Georges Bernanos, fortemente marcados de antisemitismo, e publicados em O Jornal no começo de 1944, que obtiveram o maior impacto. O autor de Chemin de la Croix-des-Âmes critica aí a suposta galofobia de Carpeaux, apresentado então como um divulgador do fascismo. O interessado respondeu firmemente e a história da primeira república austríaca esteve assim bem presente no debate sobre o « caso Carpeaux », bem como o lugar do modelo francês que o autor vienense esforçava-se para relativizar nos suplementos literários da imprensa brasileira. São estes ocorridos, principalmente sob seu prisma político, que este estudo pretende analisar.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here