
A Aemulatio da Eneida n’os Lusíadas
Author(s) -
Miguel Ângelo Andriolo Mangini
Publication year - 2021
Publication title -
phaos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2526-8058
pISSN - 1676-3076
DOI - 10.20396/phaos.v21i00.15782
Subject(s) - philosophy , humanities
O objetivo deste artigo é apontar evidências textuais de como a aemulatio da Eneida, de Virgílio, n’Os Lusíadas, de Camões, é construída, bem como sugerir uma indicação de qual seja a importância desse procedimento para o significado da epopeia portuguesa. Por meio da análise de algumas passagens em que há alusão à Eneida, constatou-se que Camões faz uso de determinados artifícios lexicais, morfológicos, sintáticos, estruturais, figurativos, entre outros, para produzir uma “retórica do aumento” que engrandece a aventura que narra em oposição àquela narrada por Virgílio. Chegou-se à conclusão, também, de que o efeito de sentido dessa emulação, ao menos como indicado pelas passagens analisadas, é a construção da imagem apoteótica dos lusitanos e da sua missão orientada pela Providência, superiores mesmo ao herói mítico Eneias e à própria fundação de Roma contados na Eneida. O engrandecimento dos “barões assinalados”, assim, depende da alusão competitiva à Eneida, porque dessa maneira eles resultam sem par na história.