
“Pedro Pedreiro”, “Bye Bye Brasil”, “Pelas Tabelas”
Author(s) -
Daniela Vieira dos Santos
Publication year - 2014
Publication title -
música popular em revista
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2316-7858
DOI - 10.20396/muspop.v2i2.12941
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A questão do tempo histórico no cancioneiro de Chico Buarque de Hollanda não é algo novo. Desde as suas primeiras composições essa problemática foi abordada, ainda que sob diferentes pontos de vista. Nesse artigo, buscarei somar o assunto a duas diretrizes que, de certo modo, estão relacionadas: o processo de modernização à brasileira e o fim da perspectiva de entoar o país do futuro. Para tanto, o texto divide-se em duas partes. Primeiro, demonstro como a obra de Chico Buarque perpassada pela melancolia radical vincula-se à perda da imagem do país do futuro e, em segundo, analiso como esse “futuro” se concretizou. O primeiro ponto sintetiza-se em várias canções do início da carreira de Chico, porém, a questão será aqui considerada por meio da análise sócio-histórica de “Pedro Pedreiro” (1965) que materializa o declínio das utopias à esquerda. Para sintetizar as consequências desse declínio, já no contexto da redemocratização, me deterei em “Bye Bye Brasil” (1979) e “Pelas Tabelas” (1984). Saliento que “Pedro Pedreiro” servirá como uma espécie de introdução ao principal motivo do texto: o diagnóstico do tempo preso em si mesmo no capitalismo tardio, em conjunto com as transformações do processo de modernização à brasileira.